Começa nesta quarta-feira, 21, a segunda edição do Expo-Retomada, evento que servirá para testar a capacidade do estado de São Paulo em retomar atividades presenciais. Organizado por entidades do setor de eventos como a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil), Associação Brasileira de Cenografia e Estandes (Abrace) e a União Brasileira de Feiras e Eventos de Negócios (UBRAFE), a edição de 2021 vem após o primeiro teste, que aconteceu ainda em outubro de 2020.
O grande foco da Expo-Retomada deste ano será no setor B2B. Este será o primeiro dos 30 eventos-teste anunciados pelo Governo do Estado de São Paulo para demonstrar os protocolos de segurança e avaliar a retomada segura dos eventos presenciais nas áreas de economia criativa, negócios, lazer, esportes e turismo.
O evento B2B é o primeiro justamente por haver um consenso de que alguns protocolos podem ser seguidos com mais facilidade entre empresas em eventos corporativos como congressos e feiras — diferente do que acontece em eventos sociais como casamentos, jantares e festas, comenta Paulo Octávio Pereira de Almeida, executivo responsável pela primeira edição do evento, há 9 meses, e agora coordenador da Expo-Retomada 2021. “Nossa proposta é acabar com o medo, tanto de quem trabalha no setor quanto daqueles que investem e organizam eventos e mostrar que é possível realizar eventos com segurança”, diz.
A Expo-Retomada 2021 acontecerá nos dias 21 e 22 de julho, no Santos Convention Center, na cidade de Santos, em São Paulo. São esperados 1.500 organizadores de eventos ou pessoas interessadas no assunto, durante os dois dias do evento. “Cada uma dessas pessoas irá para ver na prática como poderia ser realizado um evento nesse novo contexto, e depois servirá de replicadora ao levar essa informação adiante”, diz.
Como condição obrigatória para participação, os visitantes devem fazer testes rápidos de covid-19 na entrada. Após os dois dias de programação, as pessoas também serão monitoradas durante 14 dias pelos organizadores do evento, que ficarão a cargo de repassar informações às secretarias estadual e municipal de saúde.
“Não temos intenção de apoiar a liberação irrestrita de eventos agora. A intenção é gerar dados que podem impactar o governo estadual e as prefeituras, que podem voltar a emitir alvarás a partir de setembro”, estima Almeida. “Com esses dados em mãos, o Governo de São Paulo poderá trazer as diretrizes corretas para as prefeituras que desejam voltar a emitir esses alvarás, com base em tudo que foi visto no Expo-Retomada”, diz.
Apesar da entrada gratuita, é preciso se cadastrar no site. Serão aceitos apenas os credenciamentos de profissionais do setor.
Eventos x variantes
Retomar atividades presenciais com grandes públicos é um desafio ainda mais crítico em São Paulo, estado mais populoso do país. Mesmo com números mais brandos em relação a óbitos e internações no estado, governantes agora se veem diante de uma variante ainda mais contagiante, a Delta, da Índia. Já foram identificados no Brasil 110 casos da variante. Desses, cinco casos evoluíram para quadro grave que resultou em morte.
O risco já é visto com minúcia pelo Rio de Janeiro, por exemplo. Na capital do estado vizinho, a variante Delta pode se tornar dominante em breve, de acordo com a secretaria de Saúde do município.