O conjunto arquitetônico e urbanístico da Aldeia de Carapicuíba – no município de Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo – foi tombado pelo Iphan, em 1940. Aldeamento jesuíta instalado em uma sesmaria, em 1580, é considerado muito importante devido à permanência de sua primitiva feição urbanístico-arquitetônica. É um exemplo da precariedade das instalações dos jesuítas em território paulista, quando comparado às grandes missões religiosas da Região Sul do Brasil. As unidades de residência, no entanto, receberam mudanças em seu sistema construtivo.
Carapicuíba foi uma das 12 aldeias fundadas pelo padre José de Anchieta (por volta de 1580), para catequizar os índios e pouco se desenvolveu até a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana, em 1875. Única aldeia de catequese que sobreviveu às interferências que o tempo e a explosão populacional causaram nas outras aldeias e na própria São Paulo de Piratininga (atual São Paulo). A aldeia é um largo marcado pela igreja, presença principal da paisagem urbana. O espaço entre a fachada da igreja e a cruz do adro (espaço, aberto ou fechado, que fica diante do portal da igreja) era considerado sagrado, segundo os jesuítas locais, porque ali o demônio não tinha o poder de se fazer presente.
Parcialmente destruída pelos jesuítas para impedir que os índios permanecessem no local, foi reconstruída, em 1727, com aproveitamento dos remanescentes das antigas instalações. Desenvolveu-se em torno de uma praça retangular, para a qual voltam-se pequenas casas geminadas, em taipa de mão, com telhados em duas águas e cumeeira paralela à rua. Os imóveis tombados foram construídos com a técnica da taipa de pilão, comum entre os séculos XVI e XIX, além de parte da arte barroca paulista. (Fonte IPHAN)