SinHoRes Osasco – Alphaville e Região

SinHoRes Osasco – Alphaville e Região reforça a luta pela redução das tarifas das maquininhas de cartão

Mastercard eleva remuneração a bancos, e comércio reclama de aumento de custos

Empresas dos setores de bares e restaurantes e de internet reclamam que um aumento na tarifa paga pela Mastercard aos bancos vai elevar o custo das empresas que aceitam pagamentos com cartão de crédito.

Paulo Solmucci, presidente da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), afirma que o aumento será de até 40% para os lojistas e terá de ser repassado para o cliente final.

Procurada, a Mastercard disse que não comentaria o assunto.

Por trás da queixa está o complexo funcionamento do ecossistema de cartões, organizado pelas bandeiras, com destaque para Mastercard, Visa e Elo.

As bandeiras são responsáveis por conectar os bancos, que emitem os cartões, com as empresas de maquininhas, que viabilizam a operação de venda no ponto comercial.

Quando o comerciante aceita pagamento no cartão, paga uma taxa para a maquininha, que é descontada da transação. Esse valor serve de receita para a empresa da maquininha, para a bandeira e também para o banco.

Ainda que seja a empresa de maquininha que apresente a taxa para o lojista, ela só tem controle sobre uma parcela dessa taxa – parte que representa a sua própria remuneração. O restante do percentual é fixado pela bandeira, e também é a bandeira que repassa a parte dos bancos.

Pela sistemática do mercado, Mastercard, Visa e Elo ganham mais quanto maior for o número de cartões emitidos com suas bandeiras. Uma maneira de a bandeira incentivar um maior número de cartões com a sua marca é garantir uma maior parcela da taxa para o banco.

“É um setor que, em vez da concorrência baixar preço, ela aumenta preço”, diz Solmucci.

Pelo material compartilhado por Solmucci, a tarifa de intercâmbio (fatia da taxa que a empresa de maquininha cobra do lojista para remunerar o banco emissor do cartão) subiria de 0,75% para 1,05%, um aumento de 40%.

A nova taxa começaria a valer em 1º de outubro.

Segundo Solmucci, a Abrasel encaminhou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa da Concorrência) e ao Banco Central cartas questionando o aumento. No entanto, ele afirma que a Mastercard não pode ser alvo de um processo formal, porque o aumento praticado pela bandeira “é imoral, mas não é ilegal”.

O executivo da Abrasel disse ainda temer que o custo tenha de ser integralmente absorvido pelos lojistas, porque se trata de um aumento para todas as empresas de maquininha.

Na prática, não faria sentido para as empresas de maquininhas absorverem o custo, mesmo no atual ambiente de ferrenha disputa.

Desde maio, as empresas de maquininha zeraram a cobrança da taxa no crédito à vista dentre uma ferrenha disputa para conquistar mercado.

A estratégia teve o efeito colateral de reduzir os custos para os lojistas.

Mesmo assim, o argumento das entidades do setor de comércio é que o reajuste da Mastercard vai encolher o resultado das empresas de comercio e de serviços, que estão sofrendo com a retração da economia.

Segundo ele, será complicado repassar a despesa adicional para o consumidor, porque a renda da população está comprimida pelo desemprego elevado.

“O dono de bar e restaurante nem sabe que vai ter aumento, é muito chato ficar lendo tabela”, afirma.

“As tarifas praticadas já são elevadíssimas e há anos pressionamos por uma redução. Não há argumento e nem espaço para mais aumentos numa economia de livre mercado como a nossa, a não ser que existe, de fato, uma cartelização nesse setor. Por isso, apoiamos a ação da Abrasel e das demais entidades, para mostrar ao governo e à sociedade as dificuldades enfrentadas pelo nosso setor”, disse o presidente do SinHoRes, Edson Pinto.

Fonte: Folha de S.Paulo

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